domingo, 13 de maio de 2012

Balanço da Vida


Sophie em seu balanço mais uma vez. Apenas sentada, balançando. Subindo e descendo. Até cair. E junto com ela caem suas lágrimas.

Sophie chora, e chora muito. Seus braços e suas pernas estão ralados – mas seu coração é o que mais dói.

Tem andado tão triste. Já não há sorrisos em seus olhos, nem estrelas em seus lábios. Suas lindas madeixas ruivas perderam a cor, e seu vestido azul – seu favorito – ela já não usa mais.

Por algum motivo, ela não consegue pensar nessa queda como apenas uma queda, mas sim como uma traição. Que irônica a vida. Seu balanço, seu melhor balanço, seu único balanço, seu melhor amigo, aquele que ela pensou que nunca derrubaria ela... Parecia o ponto final.

E se a vida era uma brincadeira, ela já não queria brincar mais. Se a vida era um jogo, ela não queria jogar mais. Se a vida era um balanço, ela não queria balançar mais.

Mas se a vida for apenas a vida... Bem, então ela não queria viver mais.

Um comentário:

  1. Tão cheio de sentimento... As metáforas são bem construídas e muito bonitas! Eu consigo ver uma tristeza, uma decepção, escapando das linhas. É estranho isso que acontece nos textos, que a tristeza acaba se transformando em algum tipo de beleza, sabe? Muito bom mesmo. Adorei [].

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